Assim como o psicólogo e educador Luiz Carlos Itaborahy, o pedagogo Marcelo Mayrink (foto) foi convidado a falar sobre o Dia do Orgulho LGBTQIA+ (neste domingo, 28/6), a convite de Ademar Figueiredo, da coluna Arte & Cultura, desta FOLHA. Segue o seu depoimento:
“Vivemos em uma sociedade cada dia mais diversificada, mas será que isso basta para proporcionar o respeito que todo ser humano merece? Fazendo uma reflexão sobre a luta do Movimento LGBT, podemos perceber vários avanços em relação como a sociedade aborda o assunto. Percebo, no entanto, também, que muito ainda precisa ser conquistado.
Sendo eu um homem gay de 33 anos de idade, ao assumir minha orientação sexual para minha família percebi restrição de alguns e aceitação de outros, motivados por suas convicções pessoais.
Ao longo dos anos como docente, presenciei momentos de aceitação e negação familiar. Um caso que me chamou a atenção aconteceu no ano de 2015, meu primeiro ano de docência, quando a mãe de uma aluna recém-assumida como lésbica foi até o local onde eu trabalhava na época para questionar “por que o professor da sua filha estava incentivando esse tipo de prática”.
Tratava-se de uma jovem adolescente que acabara de assumir sua sexualidade e encontrou muitos desafios. Assim que a jovem conversou com a mãe sobre o assunto, por algum motivo, a mãe dessa jovem acreditou que tudo era 'obra' de seu professor, pelo simples fato de o professor ser um homem gay e assumido perante a sociedade.
Dito isso, podemos perceber o quão carentes de informação algumas pessoas da sociedade, em plena era digital, se encontram.
De acordo com minha vivência pessoal, percebo uma atitude que muito me preocupa: por que a vida pessoal do outro nos incomoda tanto? Não seria muito melhor e mais fácil se todos nós respeitássemos o próximo sem julgar suas atitudes e a vida que leva?
Os LGBTs vêm conquistando cada dia mais o seu espaço na sociedade, mas esta é uma luta diária, infelizmente ainda longe do fim. Sim, tenho orgulho de quem sou.”